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Shogakukan, Shueisha e Kadokawa processam site pirata de mangás em 74 milhões de reais

Shueisha e Kadokawa processam site pirata de mangás em 74 milhões de reais

Shueisha e Kadokawa processam site pirata de mangás ”Mangamura”. E eles chegaram nesse valor se baseando em 17 mangás que foram pirateados.

As editoras Kadokawa, Shueisha e Shogakukan entraram com uma ação contra o site de pirataria de mangás chamado Mangamura por 74 milhões de reais no Tribunal Distrital de Tóquio na quinta-feira passada. O valor representa os danos estimados para as empresas devido à pirataria de 17 mangás.

kadokawa e shueisha processam site pirata

Os mangás mencionados no processo são One Piece, Kingdom, YAWARA!, Dorohedoro, Overlord, Sgt. Frog, Wise Man’s Grandchild, The Rising of the Shield Hero, Trinity Seven, Hinamatsuri, Erased, Mushoku Tensei, Golden Rough, Kanojo wa Uso o Ai Shisugiteru, Karakuri Circus, Kengan Ashura e Tasogare Ryuseigun.

Shogakukan, Shueisha e Kadokawa processam site pirata de mangás ”Mangamura”

O Tribunal Distrital de Fukuoka declarou como culpado em junho de 2021, Romi Hoshino, também conhecido como Zakay Romi, o suposto administrador do Mangamura, acusado de violação de direitos autorais e ocultação de produtos criminais.

Hoshino, de 29 anos, foi condenado a três anos de prisão, e uma multa de 471 mil reais, mais uma multa adicional de 2 milhões de reais. Essa multa adicional é baseada na receita que Hoshino ganhou do site e que depositou em uma conta bancária estrangeira.

Um representante da Shueisha deu uma entrevista coletiva após o veredito e afirmou que acreditava que a sentença era apropriada e esperava que o veredito servisse como um impedimento. O representante ainda disse ”Se as obras que aqueles que deram tudo de si para criar forem dadas gratuitamente, isso prejudicará a base para a criação de obras interessantes”.

O Tribunal ainda ordenou que duas agências de publicidade, MM Lab e Global Net, paguem 498 mil reais por solicitar anúncios no Mangamura em dezembro de 2021.

Ken Akamatsu (Love Hina, Negima!, UQ HOLDER!) abriu um processo contra ambas as empresas alegando que seus mangás foram postados ilegalmente no Mangamura. O advogado do mangaká afirmou que essa foi a primeira vez que uma agência de publicidade foi responsabilizada por pirataria de mangá.

Shogakukan, Shueisha e Kadokawa processam site pirata de mangás: Agências de Publicidade contribuindo com a pirataria do Mangamura

O juiz Koichi Tanaka decidiu que, como Mangamura infringe direitos autorais por meio de sua pirataria, as agências que pagam a taxa de publicidade ao operador do site também auxiliam na violação de direitos autorais. Ele também descobriu que as vendas dos mangás de Akamatsu diminuíram devido à pirataria.

O site Mangamura foi lançado em 2016, as autoridades japonesas revelaram em maio de 2018 que estavam investigando ativamente o Mangamura depois que a Kodansha e outras editoras apresentaram queixas criminais nos departamentos de polícia no verão até o outono de 2017.

O governo japonês pediu oficialmente aos provedores de serviços de internet no Japão para bloquear o acesso a três sites piratas de mangás, incluindo o Mangamura, em abril de 2018. O Mangamura ficou inacessível em 17 de abril de 2018.

Só que o jornal Asahi Shimbun informou no mesmo dia que os sites não poderiam ser encerrados através de um bloqueio de sites de provedores de serviços de internet. O jornal disse junto com um prestador de serviços que a ação não pode ser realizada por ninguém além dos administradores do site.

Shogakukan, Shueisha e Kadokawa processam site pirata de mangás: O fim do Mangamura

Hoshino morava nas Filipinas em 2019, e o Departamento de Imigração das Filipinas o prendeu em julho daquele ano e o extraditou para o Japão em setembro do mesmo ano.

A polícia também prendeu outro suposto indivíduo relacionado ao Mangamura chamado Wataru Adachi em agosto de 2019, bem como outros dois indivíduos: um homem de 26 anos chamado Kota Fujisaki e uma mulher de 24 anos chamada Shiho Ito, ambos supostamente amigos de Hoshino. Fujisaki se declarou culpado, enquanto Ito se declarou inocente em sua acusação em setembro de 2019.

Segundo a Content Overseas Distribution Association (CODA) do Japão, entre setembro de 2017 e fevereiro de 2018, os usuários acessaram o Mangamura cerca de 620 milhões de vezes. A associação estimou que isso causou cerca de 5 bilhões de reais em danos aos detentores de direitos autorais no Japão durante esse período.

Os danos que a pirataria causa a indústria de mangá são gigantescos (segundo as próprias empresas), porém eles sempre reportam um enorme crescimento na Indústria de mangás, o que você acha?

Via: Anime News Network