Jogos de Animes Modificados no NES
Esse é um post original do site Ann que eu achei bastante interessante, conta a história de games de animes lançados para o NES e que quando vieram ao ocidente, foram modificados para não se parecer com jogos de animes.
Isso numa época que anime era estritamente japonês.
Confira:
Chubby Cherub
A Bandai foi uma das primeiras aliadas que a Nintendo teve ao reintroduzir consoles no mercado americano, a Bandai então começou a lançar games.
A Bandai pegou 3 games de animes lançados para o Famicon (a versão japonesa do NES), e retrabalhou eles para lançar no ocidente. Um desses games era Obake no Q-Taro Wan Wan Panic, um game baseado no mangá/anime dos autores de Doraemon.
Ao trazer o game pro ocidente, a Bandai modificou o game todo, transformando os personagens acima em um anjo guloso
Comparação entre a versão japonesa e a ocidental:
Enquanto em uma você controla um espírito, na outra é um anjo que come guloseimas.
Ninja KID
Se atualmente Yokais são bem fáceis de vender no ocidente, em 1986 era algo muito difícil, tão difícil que o game de GeGeGe no Kitaro para o NES foi modificado totalmente quando veio pro ocidente.
E então, ao invés de lançar GeGeGe no Kitaro aqui, a Bandai resolveu trocar o Kitaro por um Ninja!
Assim surgia Ninja Kid, eles modificaram o modelo do Kitaro no jogo e o que ele dispara, agora sendo adagas ninjas. As fases no entanto quase não sofreram modificações:
Em relação aos inimigos, poucos foram alterados, a Bandai botou alguns Ninjas inimigos para lutar contra o Ninja Kid mas muitos dos Yokais permaneceram no game.
Dragon Power
Pois é, esse aqui você vai ficar surpreso mas Dragon Ball já chegou a ser modificado aqui, numa época que o anime não havia chegado no ocidente, existe um game no final dos anos 80 chamado Dragon Ball Shenron no Nazo:
E a Bandai, usando do mesmo método de Ninja Kid, modificou o game para Dragon Power:
Quem diria que vários anos depois eles fariam a mesma coisa com Dragon Ball Evolution.
O engraçado da versão ocidental é que, apesar de ter mudado o Goku pelo rapaz acima, o resto do game dava pra reconhecer que era Dragon Ball, com outros personagens e inimigos.
Circus Caper
O sucesso do NES trouxe muitas publishers para a América do Norte, e uma delas foi a produtora TOHO. Godzilla era seu game mais conhecido, mas a empresa evidentemente queria algo menos monstruoso. Um candidato apareceu em um jogo de Famicom de side-scrolling baseado no mangá/anime Moeru! Oniisan, um mangá sobre um mestre de karatê criado no deserto e forçado a se ajustar à vida da cidade.
Diferente da Bandai que apenas mudava os personagens de seus jogos de anime, a TOHO mudou completamente tudo pro lançamento ocidental.
As paisagens de montanha e as criaturas bizarras do jogo original desapareceram, substituídas por cenários de carnaval e palhaços malvados. Apenas alguns vestígios permanecem na premissa: ao invés do protagonista de Moeru! salvando sua irmã de um dragão da montanha, o herói de Circus Caper resgata seu irmão de grandes terrores.
Devido a tamanhas mudanças, é válido pensar porque que a Toho não pagou logo pela produção de um novo jogo, apesar do sistema ser o mesmo, Circus Caper não tem um chefe em estilo RPG que o original tem, mas mantém o sistema e alguns mini-games que tem no original.
Todo circo tem uma batalha de tariyaki né?
TECMO Cup Soccer Game
Capitão Tsubasa também teve seu game modificado quando veio pro ocidente.
A Tecmo decidiu trazer o jogo do Capitão Tsubasa pros EUA, mas mudou o jogo completamente para Tecmo Cup Soccer Game.
Na esperança de atrair um público mais velho, Tecmo substituiu Tsubasa e todos os seus jovens companheiros de equipe por jogadores adultos, incluindo um novo protagonista chamado Robin Field. Gráficos e música são alterados de forma similar a qualquer material licenciado do Capitão Tsubasa, deixando um jogo que se assemelha ao original apenas na mecânica. Ao invés de controlar um time, o jogador escolhe opções de um menu e assiste aos resultados enquanto um anunciante descreve tudo com entusiasmo. A administração do time é mais profunda que a maioria dos jogos esportivos da época, e Robin e os outros jogadores ocidentalizados imitam a história do Capitão Tsubasa de perseguir um título
O jogo fez um bom sucesso no Japão quando saiu, mas quando veio pros EUA todo modificado, a galera já estava no Super Nintendo. Além disso, o jogo não foi bem já que muitos jogadores não sabiam o que fazer de um jogo de futebol que se joga apenas pelos menus.
STRIDER
Apesar de Strider não ser baseado em nenhum mangá ou anime, é feito neste estilo. CAPCOM e o estúdio de mangá Moto Kikaku o conceberam como um projeto em três partes: um jogo arcade, um jogo NES/Famicom, e uma série de mangá. O jogo arcade é muito próprio, mas o jogo de console e o mangá seguem muito o mesmo estilo e enredo: Hiryu, um membro de elite dos agentes secretos ninja conhecidos como Striders, descobre uma conspiração internacional de controle da mente.
O mangá durou apenas um volume e um capítulo bônus, mas foi claramente para promover o jogo, e o mesmo vale para o cassete que aparece com o tema Strider na introdução do jogo de NES. Tanto o mangá quanto o cassete saíram apenas no Japão, que aparentemente era o principal mercado da CAPCOM para Strider.
Porém, Strider pro NES nunca foi lançado no Japão, mas chegou a vir aqui pro ocidente deste jeito:
Muitos títulos do NES foram desenvolvidos no Japão, mas nunca foram lançados lá, desde StarTropics da própria Nintendo até oddities como Monster Party, da Bandai, e Dynowarz. Strider continua sendo o mais perplexo, porém um jogo com um mangá promocional e kanji na tela do título de alguma forma pulou fora do mercado japonês.
Existe um protótipo da versão japonesa do jogo, inacabado.
DESTINY OF AN EMPEROR
Mais um game baseado no livro histórico Os Três Reinos. A CAPCOM criou games baseados no mangá Tenchi wo Kurau, que durou 7 volumes e nunca ganhou versão em anime.
O segundo game da série foi lançado nos EUA como ”Warriors of Fate”, e o primeiro game apareceu como ”Destiny of an Emperor”
Há pistas de Destiny of an Emperor nos direitos autorais e retratos em forma de mangá, mas isso estava além das suspeitas de muitos jogadores de NES. A essa altura, eles estavam acostumados a ver a CAPCOM se adaptar a todo tipo de coisa.
The Krion Conquest
The Krion Conquest é um bom jogo de ação porém uma cópia descarada de Mega Man da Capcom. A heroína do game é Francesca, ela tem armas iguais as de Mega Man, luta contra robôs igual ao Mega Man, e se parece com o Mega Man.
Para ser justo, The Krion Conquest teve inspirações além de Mega Man. A equipe de produção revelou que o jogo foi inicialmente baseado em The Wizard of Oz, a série de anime nipo-canadense de 1986 conhecida como The Wonderful Wizard of Oz. Quando os direitos estavam fora dos limites, Vic Tokai mudou tudo para um jogo original sobre uma bruxa lutando contra um império de robôs malvados, trazendo o mangaká Ashika Sakura para a arte da personagem. O único remanescente do original é o nome japonês da heroína: Doropie. Bem, isso e o fato de que a capa americana poderia ser uma espécie de “offbeat” contra Glinda, a Bruxa Boa.
Outros problemas surgiram para o lançamento americano do jogo. Ele saiu no Japão como Magical Kids Doropie, mas Vic Tokai originalmente planejou renomeá-lo como Francesca’s Wand, completo com uma tela de título onde a heroína se parece mais com uma mímica gótica do que com uma bruxa de anime. Tais planos, no entanto, se desviaram. Vic Tokai apressou o jogo para a América do Norte com o título The Krion Conquest e removeu quase todos as cutscenes, deixando o jogo em grande parte sem trama e sem um final.
Apenas a introdução continua no jogo, e ela foi alterada para se parecer menos anime:
SECRET TIES
Para uma verdadeira obscuridade nos jogos de NES baseados em animes, considere um que ninguém jogou de fato. Os anos de 1991 e 1992 trouxeram uma extinção em massa para os títulos de NES. Atraídos para o brilhante novo território do SuperNES e Sega Genesis, as editoras cancelaram muitos jogos de NES, mesmo quando aparentemente já estavam prontos para o mercado. Entre eles estava Secret Ties, da Vic Tokai (a mesma do jogo acima).
Vic Tokai lançou dois jogos de NES baseados no mangá Golgo 13, deixando surpreendentemente intactas as quantidades de sexo e violência para o público americano. Isso levou Vic Tokai a arriscar em uma obra menos conhecida do criador do Golgo 13, Takao Saito. Embora fosse razoavelmente popular nos anos 70, o Master Thief Sugar já estava há muito adormecido na época em que Vic Tokai o escolheu para um jogo para NES.
Ao contrário dos jogos multi-gênero snipping e labirintos de Golgo 13, Secret Ties é um jogo de ação simples e útil com música cativante e um conto de namoradas capturadas e civilizações antigas. Desconfiado da mercantibilidade de um herói chamado Sugar, Vic Tokai renomeou-o “Silk” por razões conhecidas apenas por eles. Tais preocupações não importaram no final, pois Secret Ties se tornou mais uma vítima do Apocalipse NES. O jogo estava terminado, com boxart e tudo mais, mas Vic Tokai simplesmente não viu nenhum lucro em liberá-lo.
Secret Ties acabou surgindo através de The Lost Levels, um site dedicado à descoberta de jogos inéditos, e que o coloca em um caminho mais sortudo do que muitos outros jogos cancelados do NES. Muitos deles simplesmente desapareceram sem deixar rastro, incluindo o próprio Shogun Maeda e o Mariner’s Run.
Não foi com o fim do NES que a época de modificar jogos de animes no ocidente terminou, isso ainda continuou na nova geração com alguns jogos, mas o que acharam dessa lista? Comentem.