Entenda o Manga Giren: O Grupo de Políticos Japoneses que Apoiam a Indústria dos Animes, Mangás e Games
Para que você entenda o Manga Giren, é necessário tocar em assuntos bem chatinhos como a censura e a liberdade de expressão. Pois bem, pegando os games, por exemplo, vocês lembram da polêmica que a personagem Quiet de Metal Gear deu?
Muita gente, até mesmo um pessoal na indústria dos games não gostou nem um pouco dessas roupas que a personagem usa, sendo que o designer de Halo 4 disse em seu Twitter que achou esse design ”repugnante”, enfim, o Hideo Kojima teve que se explicar pra uma galera na época.
A questão é que há uma falta de liberdade nessas indústrias. O conteúdo precisa ser bem comportado, caso contrário será alvo de duras críticas, e é aí que entra o Manga Giren.
Entenda o Mangá Giren
Não se trata apenas de mangás, o Mangá Giren é um ”Grupo Parlamentar não Partidário relacionado a Mangá, Animação e Jogo”. O Mangá quer dizer ”Manga, AN imation e GA me”.
Se trata de um grupo parlamentar composto por membros de vários partidos políticos que visa realizar ações políticas de apoio à essas três indústrias (animes, mangás e games) através da criação de instalações de arquivos, melhorias das condições de trabalho das referidas indústrias, combate à pirataria, combate à censura e muito mais.
Um dos membros fundadores do Mangá Giren é Taro Yamada do Partido Liberal Democrático (PDL) que, há um bom tempo, luta pela liberdade de expressão nos mangás. Yamada apoiou Ken Akamatsu durante sua campanha eleitoral, e juntos, os dois criaram o grupo anti-censura Hyougen no Jiyuu wo Mamoru Kai ou Associação de Proteção à Liberdade de Expressão.
Akamatsu, o autor de Love Hina e Negima, não está listado como membro do Mangá Giren desde quando venceu a eleição, mas ele esteve na reunião inaugural do grupo em 2014 e tem sido conselheiro desde então. É provável que ele se junte ao grupo num futuro próximo, já que sua agenda é proteger a liberdade de expressão nos animes, mangás e jogos.
Quais Políticos fazem parte do grupo?
No momento, o Mangá Giren tem 19 membros. Desses 19 membros, dez são do PDL (incluindo o conselheiro-chefe Taro Aso e o presidente Keiji Furuya), três do Komeito (um partido que se juntou à coalizão com o PDL no poder), quatro do Partido Democrático Constitucional do Japão (principal oposição do PDL) e um do Japan Innovation Party (outro partido conservador no Japão).
Mangá Giren e sua liberdade de expressão
Hiroyuki Morita (animador e ex-diretor da Japanese Animation Creators Association) ficou em alerta sobre a ação política do Mangá Giren quando leu um artigo no jornal Kyoto Shimbun sobre o incêndio da Kyoto Animation em 2019.
O artigo em questão detalhou que o presidente do Mangá Giren pressionou e silenciou a Polícia da Prefeitura de Kyoto para não divulgar os nomes das vítimas através dos poderes do governo nacional e da Polícia Metropolitana de Tóquio.
Entenda o Mangá Giren: PDL e a censura nos mangás
Não há certeza se o PDL vai apoiar o Mangá Giren, tendo em vista que o partido tem um histórico de tentativas de censura nos mangás. Fora que Akamatsu e Yamada são rostos novos na política, e não possuem muita influência ainda.
Os dois podem ter grandes esperanças sobre sua liberdade de expressão que pertence apenas aos mangás, animes e games. Mas se eles realmente quiserem algo substancial, os dois vão precisar superar grandes obstáculos dentro do próprio partido. A censura está livre, leve e solta, e ações precisam ser tomadas agora mesmo e não daqui a alguns anos.