O que Achei do Remake de Tsukihime

Em 26 de agosto de 2021, foi lançado no Japão o remake de Tsukihime para a plataforma Nintendo Switch, marcando o retorno da lendária visual novel da Type-Moon lançada no ano 2000, agora com designs modernos e aprimoramentos técnicos.

Para quem não está familiarizado com a franquia, Tsukihime é uma visual novel, um gênero de jogo onde os jogadores leem uma história e fazem escolhas que definem o rumo que a mesma irá tomar.

Entrando no universo de Tsukihime, escrito pelo romancista Kinoko Nasu, a obra apresenta para o público uma história de fantasia vampírica com uma boa cobertura de romance. As duas heroínas principais, Arcueid Brunestud e Ciel são muito bem escritas e seus designs são bem atraentes.

Visualmente o remake de Tsukihime é muito lindo, os personagens são bem carismáticos e a história é rica. Porém, o jogo em si apresenta uns problemas que impedem os jogadores de terem uma experiência completa e agradável.

Remoção do conteúdo adulto no remake de Tsukihime

Eu joguei a visual novel no Nintendo Switch e, sinceramente, como um fã da história, fiquei decepcionado. E já vamos começar falando sobre o corte das cenas adultas que ocorreram no remake de Tsukihime, o eroge era uma das características principais da visual novel.

As cenas adultas presentes na visual novel clássica de Tsukihime, e até mesmo no mangá, aumentavam o impacto de certos momentos da história fazendo com que a mesma pudesse fluir naturalmente.

No remake de Tsukihime, as cenas adultas foram cortadas, estragando alguns momentos importantes da história e impedindo que os jogadores tivessem uma experiência mais completa conforme apresentada na visual novel original e no mangá.

Por exemplo, em um certo momento da história, Shiki e Arcueid passam uma noite juntos e os dois tem relações sexuais no material original, o que é algo que intensifica o amor dos dois personagens. Mas no remake de Tsukihime, só o que é apresentado para os fãs é uma simples cena genérica de um beijo e logo depois os dois vão dormir, dificultando enxergar a química entre os dois personagens.

E aliás, porque os produtores não presentearam os fãs com um CG de um beijo do Shiki e da Ciel?

Sistema de escolhas estragando a experiência

E o que falar da cena onde o Shiki é enfeitiçado pelos Olhos Místicos da Arcueid, e começa a desejar o corpo dela? No remake, a cena seria perfeita se tivesse fidelidade ao material original, onde o Shiki consegue voltar a si depois de alguns segundos, e claro, se eles tivessem mantido o eroge. Mas só o que temos é uma arte da Arcueid com seus Olhos Místicos encarando o Shiki, o que corta pelo menos 50% da tensão da cena onde eles fazem o jogador tomar uma decisão.

Não apenas o corte do eroge estragou a experiência do jogador no remake de Tsukihime, mas o sistema de escolhas também. A visual novel de Tsukihime tem um sistema de afeto na qual o jogador precisa escolher o máximo de opções possíveis que sejam do agrado das heroínas.

E você só consegue acessar o final verdadeiro de Ciel se você alcançar um certo nível de afeto com Arcueid. Ou seja, você precisa encher sua lista de saves e fazer escolhas que agradem as heróinas se quiser fazer 100% do jogo.

Esse sistema tira a imersão da história de Tsukihime fazendo com que o jogador tenha trabalho de desbloquear todo o conteúdo. O ideal para Tsukihime nesse caso, seria se os produtores tivessem cortado esse sistema para que a história ocorresse naturalmente e de forma direta, mantendo a imersão do jogador na visual novel, assim como em Mahoutsukai no Yoru, outra visual novel da Type-Moon.

Pois bem, minha conclusão é que Tsukihime tem uma história incrível e belos personagens, mas a visual novel peca por não entregar a verdadeira experiência de Tsukihime para os jogadores. Sendo assim, para aqueles que desejam conferir a história, o mais recomendável é que vocês leiam o mangá.