ONU Reclama do Anúncio de Tawawa on Monday e Políticos Japoneses Defendem Liberdade dos Autores
Um político japonês está dando sua opinião após a controvérsia de um anúncio do mangá Tawawa on Monday que estava no jornal financeiro The Nikkei. O membro do Partido Liberal Democrata (LDP) Kenzo Fujisue compartilhou uma imagem de si mesmo segurando os volumes três e quatro do mangá de Kiseki Himura. Seu tweet simplesmente diz “Comprados!”
買いました！#月曜日のたわわ pic.twitter.com/wigaUvc7iF
— ふじすえ健三 (@fujisue) April 20, 2022
Fujisue foi eleito para a Câmara dos Conselheiros da Dieta em 2004 e participa do Conselho de Manga do governo. Ele criticou a petição para alterar a Lei de Proibição de Prostituição Infantil e Pornografia Infantil para incluir diretrizes para restringir representações de personagens menores de idade, com base em sugestões da Parceria Global para Acabar com a Violência Contra Crianças e do Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança.
A emenda criminalizaria a distribuição, fornecimento, venda, acesso, visualização e posse de imagens e representações de crianças, ou aquelas que são retratadas principalmente como crianças, realizando atos sexuais óbvios ou representações de partes sexuais do corpo de uma criança para fins sexuais. A petição também inclui emendas direcionadas à prostituição infantil, pornografia infantil, serviços que promovem a exploração sexual, como “serviços para meninas do ensino médio” e erotismo infantil.
Fujisue falou sobre a petição e afirmou que esses regulamentos afetariam negativamente a cultura do mangá e seriam difíceis de aplicar devido à subjetividade do que constitui “parecer uma criança” ao fazer referência aos trabalhos de Osamu Tezuka .
“Acho que também é um problema que os recursos da polícia sejam usados para reprimir criações sem vítimas e não contribuam para salvar crianças reais”, escreveu Fujisue.
A controvérsia de Tawawa on Monday também foi comentada pelo mangaka e futuro politico Ken Akamatsu no domingo. Akamatsu comparou as críticas da organização global de igualdade de gênero ONU Mulheres como “pressão externa” para regular a “liberdade de expressão do Japão, especialmente em mangás, animes e jogos” e que tal pressão não é nova.
Ele elaborou que tais regulamentações precisam ser abordadas com racionalidade e não serem obedecidas simplesmente porque uma parte externa está exigindo. A definição de “pressão externa” de Akamatsu não significa apenas “fora do Japão”. Ele usou a remoção do anúncio no YouTuber da VTuber Tojou Linka como exemplo.
A ONU Mulheres emitiu uma carta ao jornal The Nikkei em 11 de abril afirmando que o anúncio é “inaceitável” e pediu mais esclarecimentos sobre a escolha de imprimi-lo. O anúncio mostrava a personagem principal Ai de perfil em seu uniforme escolar. O texto diz: “Espero que esta seja uma semana maravilhosa”. A Kodansha colocou o anúncio para promover o lançamento do quarto volume do mangá.
A série de mangá começou em 2015 como pin-ups semanais postadas na conta do Twitter do artista Kiseki Himura . A personagem principal, Ai, é uma colegial com seios grandes que encontra um funcionário no trem enquanto vai para a escola. Ver a garota da forças para que ele consiga enfrentar uma semana dura de trabalho.
O jornal Nikkei faz parte do esforço da UN Women’s Unstereotype Alliance, uma campanha global para promover “a igualdade de gênero por meio da mídia e da publicidade e eliminar estereótipos prejudiciais“. O jornal Nikkei teve um papel ativo na promoção das ideias da iniciativa no passado, incluindo o “Prêmio de Publicidade de Empoderamento da Mulher Nikkei”, que reconhece anúncios que contribuem para a igualdade de gênero. O prêmio tem um processo de três etapas para triagem de anúncios conhecidos como “Os 3 Ps” – Presença (o anúncio inclui pessoas diversas?), Perspectiva (leva em consideração as perspectivas de homens e mulheres?) e Personalidade (o sujeito mostra personalidade e independência?).
“Sem uma explicação da empresa, não estou convencida de que continuaremos a trabalhar com eles para promover a igualdade de gênero por meio do poder da publicidade”, disse Kae Ishikawa, diretora do escritório da ONU Mulheres no Japão.
Akamatsu escreveu um post em 16 de abril e afirmou que os regulamentos descritos na Unstereotype Alliance “não têm base racional”.
“Nós, criadores, não podemos escrever ou desenhar nada se houver o risco de que as pessoas que lêem reencenem o que acontece na história ou na criação. Na realidade, nunca ouvi falar de mangás incentivando a guerra ou incentivando o assassinato. Por que essa regulamentação irracional é tão altamente elogiada quando se trata de mangá retratando meninas do ensino médio? Eu gostaria de ver você fornecer razões racionais e evidências científicas”, escreveu Akamatsu. Ele afirmou que tais regulamentações de anúncios violam a liberdade de expressão dos criadores, editores e anunciantes.
Enquanto o povo fica brigando por causa de ILUSTRAÇÕES de gente que não existe, crianças reais continuam sendo abusadas, mal tratadas e sofrendo ai.
via ANN
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