Japão Restringe Nomes de Anime para Crianças
O uso de nomes de anime em crianças voltou a ser pauta no Japão após a reforma da Lei do Registro Civil em maio de 2025. A mudança tornou obrigatória a inclusão de “furigana” (leitura em hiragana ou katakana) em todos os registros de nomes, e estabeleceu limites para leituras consideradas fora da realidade social, ou seja, aqueles pais otakus não podem mais dar nomes de anime para as crianças.
Japão Restringe Nomes de Anime para Crianças
De acordo com o Ministério da Justiça japonês, o objetivo da reforma é garantir a “validade social das leituras dos nomes”. Isso significa que nomes cuja leitura se desvie de forma extrema do significado dos kanjis, ou que sejam considerados contrários à ordem pública e aos bons costumes, poderão ser rejeitados nos cartórios.
Até então, mesmo com a restrição ao uso apenas de kanjis comuns e de nomes próprios, não havia regras claras sobre a leitura registrada. Isso abriu espaço para nomes polêmicos, como 黄熊 (pode ser lido como “Pū”, referência ao Ursinho Pooh) ou 光宙 (que pode ser lido como “Pikachū”). Também se tornou comum pais nomearem seus filhos em homenagem a personagens de mangás, animes ou ídols favoritos.
Casos polêmicos de nomes inspirados em anime
Uma entrevistada relatou que sua filha e o genro decidiram nomear a criança com base em um personagem de Kimetsu no Yaiba. O nome escolhido foi “Daki”, o que causou surpresa e preocupação na família:
“Quando me disseram que queriam usar o nome de um personagem de anime, eu não imaginei que seria algo tão extremo. Fiquei chocada quando ouvi o nome. Eles parecem ter uma ligação emocional muito forte com a obra, mas eu só consigo pensar no futuro da criança. Agora planejam dar nomes de personagens também para os próximos, e isso me preocupa muito.”
Esse tipo de situação mostra como a prática, que sempre existiu em menor escala, ganhou força com a popularidade mundial dos animes e mangás. No entanto, especialistas alertam para a responsabilidade de escolher nomes que acompanharão a criança por toda a vida.
A “moda” dos nomes de anime pode acabar?
Com a nova lei em vigor, nomes inspirados em personagens de anime e mangá que utilizem leituras extremas ou fora dos padrões de uso podem não ser aceitos no registro civil. Ainda assim, nomes mais comuns ou adaptados provavelmente continuarão a ser usados, já que a influência da cultura pop japonesa é muito forte.
O Ministério da Justiça prevê que, mesmo com a limitação, a diversidade de nomes seguirá crescendo, mas dentro de parâmetros mais equilibrados entre criatividade e aceitação social.
via Yahoo News
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