Kadokawa aceita ofertas de renúncia do presidente e do vice-presidente da empresa
No comecinho do mês passado, nós falamos do envolvimento da Kadokawa em suborno de patrocínio nos jogos olímpicos, e que até deu em cadeia para uns caras. Agora, a Kadokawa aceita ofertas de renúncia dos seus presidentes.
O anúncio veio da própria Kadokawa que aceitou as ofertas de renúncia do seu presidente de conselho, Tsuguhiko Kadokawa e do vice, Masaki Matsubara. O Ministério Público do Distrito de Tóquio indiciou o presidente nessa terça-feira por suposto suborno sobre o patrocínio dos Jogos Olímpicos de Verão de 2020.
A Kadokawa também disse que criou um Comitê de Inspeção de Governança Corporativa para investigar o assunto e propor medidas para evitar problemas como esse futuramente. Os membros desse comitê são especialistas de fora da empresa para evitar qualquer conflito de interesse.
Kadokawa aceita ofertas de renúncia dos seus presidentes
O presidente da Kadokawa, Takeshi Natsuno e outros executivos deram uma entrevista coletiva à tarde e pediram desculpas por esse caso. Eles também apresentaram esse Comitê de Inspeção de Governança Corporativa.
Mesmo deixando seus cargos de presidente e vice-presidente, Tsuguhiko Kadokawa e Matsubara continuam como membros do conselho da empresa. A Kadokawa aceita ofertas de renúncia, mas não escolheram um novo presidente ou vice.
Kadokawa aceita ofertas de renúncia: Tsuguhiko Kadokawa é preso por suspeita de suborno
Tsuguhiko Kadokawa foi preso em 14 de setembro por suspeita de subornar um ex-membro do comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Os promotores disseram que a empresa Kadokawa continuou negando as acusações desde a prisão de Tsuguhiko.
A Kadokawa é suspeita de pagar cerca de 69 milhões de ienes (R$ 2,4 milhões) a uma consultoria ligada a Haruyuki Takahashi que foi preso em agosto por aceitar propina de empresas para garantir seu patrocínio para os Jogos.
A empresa pertencia a Kazumasa Fukami, que já trabalhou junto com Takahashi na Dentsu Inc. antes de Takahashi se tornar membro do comitê organizador olímpico. Takahashi teria supostamente usado sua rede de contatos na Dentsu, que o comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio encomendou para escolher e lidar com os patrocinadores, para garantir a posição da Kadokawa.
A Kadokawa virou uma ”apoiadora oficial” dos Jogos em abril de 2019 e até publicou programas oficiais (foto abaixo) e livros de resultados. Segundo fontes ligadas à investigação, a Kadokawa assinou um acordo com a consultoria para pagar 69 milhões de ienes em 10 parcelas a partir de maio de 2019. Acredita-se que parte do dinheiro tenha sido transferida para Takahashi.
Kadokawa aceita ofertas de renúncia: Outras prisões com relação à empresa e às Olimpíadas
O ex-executivo da Kadokawa Toshiyuki Yoshihara e o ex-funcionário sênior Kyoji Maniwa foram presos em 6 de setembro como parte do escândalo em andamento. Os promotores invadiram a sede da Kadokawa, a casa do presidente do conselho Kadokawa e a empresa de consultoria mencionada mais acima.
A Equipe de Investigação Especial de Tóquio não revelou se os 4 indivíduos confirmaram ou negaram as acusações. Yoshihara e Maniwa doram indiciados em 27 de setembro
Takahashi foi preso em agosto por suspeita de aceitar 51 milhões de ienes (cerca de R$ 1,8 milhões) em subornos da empresa de roupas Aoki Holdings Inc. à firma.
Kadokawa aceita ofertas de renúncia dos seus presidentes, mas, o Japan Times disse antes que o presidente da Kadokawa, Tsuguhiko Kadokawa, afirmou aos repórteres que o dinheiro era apenas uma taxa de consultoria e que não havia ”absolutamente nenhum reconhecimento de sua parte de que o dinheiro constituía um suborno.”
A NHK disse que, segundo fontes ligadas à ivestigação, Takahashi negou as acusações de suborno, enquanto o fundador da Aoki Holdings, Hironori Aoki, admitiu.
O pai de Tsuguhiko Kadokawa, Genyoshi, fundou a Kadokawa Shoten como uma editora em 1945. Tsuguhiko entrou na empresa só em 1966 e subiu na hierarquia antes de renunciar ao cargo de vice-presidente em 1992, e então fundou a empresa MediaWorks.
Ele só voltou pra Kadokawa Shoten como presidente no ano de 1993, depois que o ex-presidente, seu irmão Haruki, foi preso por acusações de drogas. A Kadokawa Shoten mais tarde se uniu com a MediaWorks e acabou encurtando seu nome para apenas Kadokawa, mas então, a Kadokawa aceita ofertas de renúncia do presidente e do vice, deixando esses cargos vazios.
Via: ANN