Evangelion não é profundo: Hideaki Anno revela que tudo era só Aparência

E acontece que Evangelion não é profundo como a gente achava que seria. Por quase três décadas, Neon Genesis Evangelion foi considerado um dos animes mais complexos e enigmáticos já criados. Símbolos religiosos, traumas psicológicos e diálogos filosóficos fizeram com que muitos acreditassem que a obra escondia significados profundos.
No entanto, uma entrevista antiga com o criador Hideaki Anno recentemente viralizou entre o público japonês, que agora começa a ver a verdade por trás de tantas coisas que o anime mostrou.
Anno diz que Evangelion não é Profundo, só parece ser
Durante um episódio de 2004 do programa Top Runner, da NHK, Anno afirmou com todas as letras:
“Evangelion é muitas vezes descrito como filosófico, mas na realidade, não é. É só pretensioso.”
Esse trecho ganhou força nas redes sociais japonesas recentemente, após uma transcrição mais completa ser compartilhada. A fala causou surpresa e frustração em parte do público, que por anos buscou decifrar cada elemento da série.

Segundo Anno, a série foi construída com a intenção de parecer profunda, mas sem realmente ser. Ele compara isso ao comportamento de alguém que exibe conhecimento apenas para parecer inteligente – o termo japonês usado por ele foi “衒学的” (gen-gakuteki), que indica um exibicionismo intelectual vazio.
O criador explica: Evangelion não tem significado oculto
Anno explica que os mistérios, as simbologias e os diálogos complexos foram recursos de direção para dar à obra um ar mais inteligente. Mas tudo isso foi apenas um “serviço” ao público.
“A história parece cheia de enigmas, mas isso foi só para criar um clima. Na realidade, não há nada escondido.”

O autor também comentou sobre o uso de elementos cristãos. Ele revelou que os escolheu por estética, e não por ligação espiritual ou teológica.
Outro ponto importante da entrevista é a crítica de Anno ao conforto emocional que os fãs encontraram em Evangelion. Para ele, a obra acabou servindo como uma forma de fuga da realidade, o que não era sua intenção.
“Evangelion virou um lugar confortável para o público se refugiar. Não gosto disso. Não queria criar algo que servisse como uma saída da realidade.”
Essa reflexão o levou a mudar de direção nas obras seguintes. Em The End of Evangelion e nos filmes Rebuild of Evangelion, vemos uma abordagem mais direta, com confrontos emocionais mais intensos e menos “camadas interpretativas”.

Apesar de desmentir o aspecto filosófico, Anno não nega a autenticidade das emoções presentes na série. Os sentimentos de solidão, ansiedade e baixa autoestima refletem seu próprio estado mental durante a produção.
Ou seja, Evangelion pode até não ser filosófico como muitos pensam, mas é profundamente emocional. E talvez seja essa a verdadeira conexão com o público.
As declarações de Anno reacendem um debate clássico: o que vale mais, a intenção do autor ou a interpretação do público? Mesmo que o criador diga que Evangelion não é profundo, a experiência emocional dos fãs é válida e real. Milhões se conectaram com os personagens, encontraram conforto e refletiram sobre suas vidas através da obra.
via Otakomu
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