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Como o Bitcoin e a Economia Descentralizada estão Alterando o Setor Financeiro?

Criptomoedas já impactam a economia, de modo geral: saiba mais

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Plataformas como a 777 Bet bitcoin cassino dão pistas de que as criptomoedas, o Bitcoin em especial — mas não só ele, já que há outras populares, como a Ethereum — já avançam em muitos setores da economia. O debate, hoje, nesse sentido, diz respeito a como podemos observar esse impacto, seus efeitos já sentidos e aqueles a longo prazo, além de pensar em algumas tendências para a atualidade.

Para começarmos a apresentar esse cenário, devemos voltar aos primórdios das criptomoedas, quando surgiu o Bitcoin. Por volta de 2008 e 2009, entre a divulgação de seu white paper e seu lançamento, o Bitcoin apresentou ao mundo uma

premissa: a de que a moeda digital simbolizaria o surgimento de um novo sistema financeiro que iria, se não substituir, mudar drasticamente aquele com o qual nos acostumamos até então.

Um sistema desse tipo, totalmente amparado na tecnologia blockchain, não teria instituições reguladoras ou bancos que, tradicionalmente, lucram mediando as transações feitas por cidadãos e empresas.

O prognóstico inicial pode não ter se realizado plenamente, mas hoje os impactos desse conceito de economia descentralizada e suas aplicações já é bastante visível em incontáveis setores. Vem alterando a forma de funcionamento de muitas empresas e setores da economia, por exemplo, além de algumas práticas entre cidadãos e organizações sociais.

Podemos dizer que, hoje, existe um modelo de finanças descentralizadas, DeFi, na sigla em inglês, que já se desenha de maneira bastante clara.

DeFi: o que é?

O termo DeFi vem sendo dado a um conjunto de ações e protocolos de negócios que envolvem serviços e produtos financeiros, como pagamentos, compras, vendas, empréstimos, transferências etc. que acontecem em uma blockchain. O que as diferencia das operações tradicionais, comandadas por financeiras ou bancos, é sua natureza descentralizada: nada aqui é controlado por intermediários, de qualquer tipo.

Mas como isso acontece de maneira que nenhuma parte seja lesada ou que não haja desacordos que inviabilizem as operações? No caso, dentro das operações segundo protocolos DeFi, elas acontecem através de algoritmos e smart contracts, que são programas autoexecutáveis.

É importante sublinhar que as informações na blockchain são, além de criptografadas, são imutáveis e permanecem registradas, tornando as operações altamente seguras. Assim, há confiança entre as partes, viabilizando os negócios. Todos os detalhes da operação, como valores, prazos e juros são feitos por contratos automatizados, de maneira que uma próxima etapa do acordo só entra em vigor se a anterior for resolvida, por exemplo. Isso anula a necessidade de algum intermediário, dependendo apenas da tecnologia para acontecer.

Aplicações da DeFi

Atualmente, só crescem as possibilidades de aplicação de protocolos DeFi nos inúmeros setores da economia. As corretoras de criptomoedas que permitem negociações de usuários entre si (peer-to-peer) são exemplos nesse sentido. Essas corretoras são chamadas DEX, e vem se expandido com um modelo distinto de outras gigantes como a Binance, em que o processo é intermediado por uma empresa.

Plataformas que trabalham com empréstimo de criptomoedas, como a MakerDAO, também fazem operações segundo protocolos DeFi, utilizando smart contracts. De modo geral, eles controlam toda a operação, que via de regra exige um depósito de ativos digitais como garantia.

Importância da DeFi e impactos no setor financeiro

O protocolo DeFi tem uma relação direta com as inúmeras transformações digitais pelas quais todos os setores da sociedade vêm passando nas últimas décadas, e que também têm impactos claros no mercado financeiro. Tecnologias vêm sendo adotadas para aprimorar produtos e serviços já existentes e melhorar a experiência dos usuários.

De toda forma, um impacto que chama atenção também é que instituições tradicionais como bancos e financeiras, com os protocolos DeFi e finanças descentralizadas de forma geral, vêm tendo de repensar estratégias de ação visando manter sua centralidade no sistema. Por sua vez, outras plataformas também procuram dentro desse contexto possibilidades para assumir algum protagonismo.

Um exemplo de adaptação de instituições financeiras tradicionais a essa nova realidade são as EFTs, ou Exchange Traded Funds, que são fundos de investimento que têm como referência índices do mercado financeiro, como as bolsas de valores. Esses fundos podem compensar tanto papéis de renda fixa quanto de criptomoedas, entre outras possibilidades.

Há, por sua vez, movimentações de plataformas DeFi para se aproximarem das grandes instituições financeiras, como é o caso da Aave, que lançou uma versão permissionada do protocolo em 2022. Isso concede acesso a bancos e corretoras à blockchain, de maneira a realizarem seus negócios utilizando o protocolo.

Tentativas de regulamentação

Há discussões na União Europeia sobre uma supervisão automatizada da DeFi. Em outubro de 2022, o Parlamento Europeu aprovou um projeto de lei intitulado Markets in Crypto Assets Regulation (MiCA).

A regra prevê que provedores de carteiras de criptomoedas tenham de revelar a identidade de quem realiza pagamentos com esse tipo de ativo. Além disso, cria regras específicas de marketing sobre ativos digitais. Embora não tenha previsões específicas sobre a DeFi, discute-se quais seriam, na prática, os impactos dessa lei no seu funcionamento. Ainda não há previsão de sua implementação.

Vantagens e desvantagens desse modelo de negociação

Podemos elencar entre as vantagens de um modelo descentralizado como dos protocolos DeFi o fato de seus custos serem menores, justamente devido a não haver centralização. Cabe lembrar que instituições financeiras lucram fazendo essa intermediação e esse lucro é incluído nos custos, o que não acontece nos modelos descentralizados.

Outro ganho é de transparência. A blockchain facilita o acesso e verificação das informações envolvidas em todas as transações. Por sua vez, isso não acontece nas transações que ficam nas mãos de bancos e grandes empresas, por exemplo, que via de regra não mostram todas as informações a clientes ou o fazem de maneira bastante hermética, difícil de compreender.

Contudo, a falta de regulação de órgãos ou de empresas gera também desconfiança de muitas pessoas, sobretudo as que têm menos informações sobre o modelo. Um dos poréns quanto a isso, é também o fato de haver “vácuos legais” em relação a, por exemplo, a quem recorrer em casos de fraudes.