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Autora aponta os abusos da indústria de mangás

Autora aponta os abusos da indústria de mangás

A autora de mangá Mayu Shinjo fez um tweet reclamando dos abusos da indústria de mangás. Assim como no caso dos animadores, os mangakás também sofrem com questões envolvendo royalties e ameaças de editoras gigantes como a Shogakukan

Autora aponta os abusos da indústria de mangás

Quem é Mayu Shinjo? Ela é uma autora de mangás eróticos que está na indústria desde 1994. Ela costumava escrever para a Shogakukan, mas acabou deixando a empresa para se tornar freelancer devido às condições de trabalho cada vez piores.

Mayu Shinjo publica atualmente Nijiiro no Ryuu wa Megami wo Daku

Em seu tweet, a autora revela a triste realidade pela qual muitos mangakas passam, descrevendo o ato de escrever para uma editora como “sufocante”:

“Escrevi isso há um tempo, mas não consegui postar… É sobre o que considero ser o maior problema da indústria de mangá. Penso que precisamos aumentar a consciência sobre a situação atual e fazer com que a mudança aconteça a nível individual… Com o que aconteceu recentemente, fiquei farta do sistema imutável imposto pelas grandes corporações. Por favor, leia isso. A era dos artistas de mangá explorados pelas editoras já começou”, disse Shinjo.

Shinjo Mayu, Autora aponta os abusos da indústria de mangás

A autora levantou a questão dos royalties para mangás impressos, mencionando que os artistas têm recebido um padrão de 10% ao longo dos anos. Essa baixa taxa foi justificada pela necessidade de envolver diversas partes, como editores, tipógrafos, gráficas, mediadores de varejo, varejistas e empresas de gerenciamento de armazéns para entregar mangás aos leitores.

Shinjo observa que, mesmo com as publicações digitais de mangá, os royalties muitas vezes são de apenas 15%, raramente chegando a 20%. Isso ocorre apesar da maioria das empresas intermediárias estarem fora de cogitação e a editora ter muito menos responsabilidade no processo do que no mangá impresso.

Shinjo também menciona algumas experiências pessoais pelas quais teve que passar. Depois de deixar a Shogakukan e recusar as exigências de abrir mão dos direitos de suas obras, Shinjo tentou negociar diretamente com seu distribuidor de e-books para que seu mangá fosse publicado e oferecido por um preço mais alto.

Porém, quando a Shogakukan soube disso, a editora tentou ameaçar o distribuidor, pressionando-o a não aceitar o acordo. Os distribuidores de livros digitais dependiam das editoras, o que os colocava numa saia justa.

Mas isso mudou. Com as editoras dependendo cada vez mais dos distribuidores de livros digitais para alojar os seus títulos, as editoras continuam a receber a maior percentagem dos royalties. Shinjo menciona que cada vez mais autores levantam reclamações sobre as baixas taxas que recebem, mas que as editoras não ouvem.

via Automaton

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