Empresa de Games Japonesa vai a TGS discutir como um de seus Jogos Falhou Maravilhosamente
Durante a Tokyo Game Show 2023, realizado na semana passada, a D3P, uma publisher de games, realizou um painel onde eles falaram do fracasso que foi o seu game ED-0: Zombie Uprising.
Mas o que é ED-0: Zombie Uprising? O jogo está atualmente disponível na Steam custando R$ 88,99 mas já chegou a ficar por R$ 26,59.
ED-0: Zombie Uprising é um jogo de ação roquelike lançado em julho de 2023, após um período de acesso antecipado de 15 meses. A empresa revelou que o jogo vendeu apenas um pouco mais de 13.000 cópias em todo o mundo até agora.
Empresa de Games Japonesa vai a TGS discutir como um de seus Jogos Falhou Maravilhosamente
Para falar sobre o baixo desempenho do jogo da editora japonesa D3P, o painel contou com o diretor de jogos da Bandai Namco, Katsuhiro Harada, o CEO da CyberConnect2, Hiroshi Matsuyama, e o editor-chefe da Famitsu, Katsuhiko Hayashi. Nenhum funcionário da D3P participou da discussão, então quem estava no palco foi brutalmente honesto.
Você pode assistir a discussão no vídeo abaixo, que está marcado:
A discussão sobre o fracasso do jogo girou em torno de três causas pelas quais o jogo não vendeu, são elas: baixa qualidade, conceito ruim e baixo reconhecimento/alcance.
Harada começou seu argumento admitindo que embora tivesse recebido uma cópia física do jogo como presente, ele não teve tempo de realmente jogá-lo, mencionando que ele meio que entendeu por que o jogo estava indo mal ”assim que ele pegou o pacote em suas mãos”.
O jogo enfatiza sua dificuldade em ”esteja pronto para usar o seu cérebro” e frases semelhantes, que Harada descreve como ”não semelhantes ao D3P”, e o painel concorda que a D3P é conhecida pelos jogos que você joga quando quer aliviar o estresse, em vez de experimentá-lo, então isso cria uma lacuna nas expectativas e na realidade no início.
Eles também mencionam pontos como o título do jogo ser confuso na forma como é pronunciado ”Edo Zero: Zombie Uprising” está correto e tanto o título quanto a arte da caixa não serem impactantes o suficiente para transmitir do que se trata o jogo.
Harada comenta que os principais visuais do jogo parecem sugerir um estilo de jogo ”invencível”, onde você atravessa os oponentes um após o outro, mas que assistir a jogabilidade real revela que é muito mais difícil e nada parecido com o imaginado. O que é provavelmente outro aspecto que trai as expectativas dos jogadores.
Harada também destaca o insuficiente alcance e reconhecimento do jogo, que atribui a um marketing insuficiente e/ou equivocado. Harada diz que é preciso usar todos os meios necessários para colocar o jogo nas mãos das pessoas e fazê-las jogá-lo, o que o jogo mal conseguiu realizar isso.
O acesso antecipado de 15 meses ao jogo é julgado por Harada como um erro, pois normalmente o período de acesso antecipado seria usado para criar buzz gradativamente e orientar o jogo em direção ao seu público alvo.
Mas como a editora japonesa D3P não tinha orçamento suficiente para com esse tipo de estratégia de marketing, eles teriam se beneficiado muito mais com um anúncio repentino de lançamento, criando mistério e impacto, além de contar com a cobertura da mídia estrangeira.
Matsuyama comenta que embora o jogo tenha sido planejado para atingir predominantemente o público ocidental, metade do total de vendas foi doméstico (ou seja, Japão), o que indica claramente que o nome do jogo simplesmente não conseguiu chegar lá.
Matsuyama também menciona os aspectos técnicos do jogo como parte do problema, enfatizando a falta de elementos de ação do jogo e erros restantes no mapeamento de teclado.
Ele comenta particularmente como o botão triângulo é atribuído para pegar e atirar objetos ao mesmo tempo, e pergunta como é que um erro que pode ser percebido nos primeiros 15 minutos de jogo não foi corrigido durante 15 meses de jogo.
Harada comenta que o poder do marketing tem efeito decisivo no desempenho. E que com o número inconcebivelmente grande de novos títulos sendo criados nos últimos tempos, os jogos não estão mais sendo vendidos com base apenas em quão bom/ruim é seu conteúdo, com uma infinidade de jogos, muitos deles mal avaliados, vendendo inteiramente graças ao poder da marca/marketing.
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